sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Uma Riqueza Incalculável!



Enquanto a quase totalidade dos países desenvolvidos já esgotou suas reservas naturais, o Brasil ainda detém parcela expressiva de seus recursos hídricos, minerais, florestais, sua fauna, cavernas e cerrados, podendo, inclusive, reverter o quadro de desmatamento, incêndios e desolação causado pelos avanços da agro-indústria, da pecuária, das madeireiras e das mineradoras.

Na Amazônia, grande parte dos territórios do Pará e do Mato Grosso já está irremediavelmente perdida pela exploração descontrolada. No entanto, cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados de florestas ainda subsistem dentro de nossas fronteiras; isso representa metade de nossa extensão territorial como Nação.
Da Mata Atlântica, menos de 7% restaram preservados; no entanto, trata-se de uma das mais complexas biodiversidades do planeta, e localiza-se dentro dos territórios mais desenvolvidos de nosso país. Mesmo sendo uma área protegida, a Mata Atlântica sofre intensas pressões desenvolvimentistas pela sua ocupação e destruição, principalmente pela indústria extrativista.
O Cerrado tem sido devastado intensamente nos últimos 50 anos; hoje é o bioma mais ameaçado do Brasil, apesar de suas riquezas e complexidade. As plantações de soja, a criação de gado, a exploração da madeira e a produção de carvão ameaçam destruir esse frágil ecossistema, onde as águas dependem de fontes extremamente vulneráveis, como as matas de galeria, que protegem o lençol freático que as sustenta, em um "comensalismo" fantástico.
De nossas bacias hidrográficas, a Amazônica é a maior do mundo e ainda se encontra satisfatoriamente preservada. Muitos dos seus afluetes estão entre os maiores rios do mundo, seja em extensão ou em volume de águas. No entanto, as novas hidrelétricas em construção ameaçam esse território e podem acelerar a ocupação da Amazônia e sua devastação.
O rio São Francisco foi a primeira grande bacia hidrográfica descoberta no Brasil, em 1501, ainda antes do início do processo de colonização portuguesa. Por isso, ao longo desses 500 anos vem sendo ocupado e degradado continuamente, restando pouco de suas matas ciliares; a maioria de seus afluentes, e ele próprio, estão contaminados pelo esgoto doméstico e industrial, e pelos produtos químicos usados nas lavouras e pastagens; o rio se esgota lentamente.
Apesar de todos esses ataques às nossas riquezas naturais, ainda é tempo de autoridades, pesquisadores, educadores, empresários e população em geral darem-se conta da imensa riqueza que esse patrimônio natural representa hoje e poderá representar no futuro, quando as demandas por alimentos, por fármacos, por água exercerem pressões insustentáveis no mundo, devido ao crescimento populacional e ao esgotamento de outras fontes de energia.
Principalmente as águas! Sabemos que o volume de água doce no mundo é insuficiente para atender a uma superpopulação em crescimento. Quem detiver as maiores reservas de água terá um tesouro de valor inestimável em suas mãos, maior até do que representou o petróleo desde o início do século passado. Por isso precisamos criar políticas públicas que assegurem a perpetuação dessas riquezas e sua exploração controlada e sustentável...
A proteção desses recursos naturais passa, necessariamente, pela revisão dos critérios de proteção ambiental, pela definição de reservas ecológicas que protejam todos os mananciais importantes, pela imposição de penas rigorosas àqueles que poluam fontes de águas e destruam suas matas ciliares, pela definição e execução de programas educacionais voltados para a conscientização ambiental das futuras gerações que herdarão o nosso país!

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